segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Quase posso ouvir o rocio...



Quase posso ouvir o rocio... caindo silencioso, sobre territórios tão amplos, tão vastos, tão ilimitados... e há flores e vegetais que nunca vi... nestas planícies que conheço tão pouco... ouço... a vida pulsando! Oásis mais reais que a imaginação repousam, tranqüilos, e convidam ao repasto... Frutas que jamais provei se ofertam como gueixas para o amado...
O tempo inexiste... ou se mistura ao contexto... então o contexto É, fora do tempo e do espaço, pois mesmo o espaço não cabe em tal contexto... vastas paisagens, verdes campos, álamos, bosques... seres que parecem conhecidos, mas que pertencem a outra linhagem... terras sem fim, espaços sem trégua, alma, querubim, origem, meio e destino... ao qual retornamos, libertos da forma...
Começo a ouvir teus sussurros, minha terra! Começo a ouvir teu chamado! Por isso sonho acordado e desperto no teu chão, ó terra ancestral! Começo a ouvir teus sussurros, começo a ouvir tua música, começo a sentir tua brisa, o rociar das manhãs, o sol que se descortina do outro lado de mim...
Começo a sentir-te, Presença, além de qualquer recompensa, além do sim e do não, fora de todo limite, acima de toda razão...
Quase posso ouvir o rocio sobre essas flores sem nome, sobre essas fontes sem água, antes da nomeação... não há, nesta paisagem, que se possa nomear, sequer um grão de palavra, pois as palavras não podem traduzir o que não são!
Começo a ouvir teu chamado, minha terra! Tuas flâmulas na alma e tua voz no coração!