domingo, 4 de julho de 2010


Julho abana um chapéu de azules... noite a decupar a estação! Frêmito das gentes na cidade! Uns se alegram, enquanto outros choram; este nasce agora e aquele morre... e a mão se move às vezes para o afago, ou para ferir... turbas se debruçam no templo, submissas, e outro tanto, inverso, turbas submete...

Amor e ódio, posse e desprendimento. As coisas são como são.

O rasto da idade se anuncia no meu corpo, mas a alma permanece inquieta, deseja seu melhor lugar, sua cidadela. Eu não teço todas as respostas porque (ainda) não conheço todas as perguntas.

O céu de julho é sua melhor oferta... tenham olhos para ver os que (apenas) ouvem, lábios para anunciar os que (apenas) vêem e ouvidos para ouvir os que (apenas) falam... cada momento pede uma (única) atitude, pois há um tempo, um lugar e um contexto de seres: não derrame pérolas aos porcos!

Eu morreria agora infestado pelo céu de julho. Abraço todos os sóis e vou além do sol... eu morreria agora para fundir-me à estrela da minha fundação! A estrela que paira no fundo dos meus olhos e se une ao firmamento... eu morreria agora, para viver fora da concha que me devolve ao continente sem limites e me insere além do tempo e do espaço.

**********************************************************************************