domingo, 23 de janeiro de 2011

Amar é não ter escolha



Amar é ter todas as opções e apenas uma escolha...

Quando você descobre que não há escolha
que importância pode haver
neste ou naquele atalho
se todos vão dar no mesmo?

A escolha é quem te escolhe
então duvide da mente
duvide do mundo
duvide das pessoas
e acolha o que diz o coração.

Quando não há escolha
você apenas ouve na alma
os sussurros da vida
e segue...
Quando se coloca a intenção
com toda a ternura do ser
o caminho se abre como janelas
para um céu de promissão
e realidade aqui, agora...

O céu se abre quando cessa a escolha.
A vida inteira você tem oscilado
entre sim e não, isto e aquilo.
Durante toda a vida você tem sido
escravo da dúvida:
ora acatando a resposta
que outros deram por você,
ora acolhendo sem questionar
meras opiniões.

Como você pôde ser refém por tanto tempo?
E acolher tantas respostas
que não lhe dizem respeito
quando sequer sabia pronunciar as perguntas?

Como pôde você ter se enganado assim?

Ó, para aquele que deu um único passo real
não existe mais opção, nem retorno...
Ao olhar seus pares humanos
enxergará além de seus olhos, e não será visto;
falar-lhes-á da não escolha
mas não será ouvido;
tocar-lhes-á com dedos da alma
e não será sentido.

Este é o nexo de
estar no mundo sem ser do mundo.
Aqueles que poderiam vê-lo
não estarão por perto.
Aqueles que poderiam ouvi-lo
não terão como responder.
Aqueles que o sentiriam
não poderão atestar.
Não como fazem olhos, ouvidos
e tatos desse mundo.

Aqueles que dele sabem
estarão longe, e tão perto
(e ele sabendo daqueles).
Irmãos do caminho são solitários,
mas cheios da presença;
porque ultrapassaram a dúvida
e todos os atalhos.

Ah, o caminho do amor
é como a luz de todas as estrelas
e seu brilho a única alternativa.

Amar é não ter nenhuma escolha.

2 comentários:

Anônimo disse...

Amei tua poesia é muito bonita

Hadija Mahmmuda.

Dóroti disse...

Belo poema! É bem o que disse:amar é não ter escolha alguma, no entanto sua negativa é dupla: "Amar é não ter nenhuma escolha", o advérbio "não" e o pronome indefinido "nenhuma" negam dupamente a existência de opção, reforçando a ideia da nossa condição de escolhidos.