sexta-feira, 3 de dezembro de 2010


Eu desejo e busco a verdade,
ainda que, durante a vida,
venha mentindo para e acerca de mim mesmo.

Mas sou algumas vezes verdadeiro.

O homem comum não pode entender esse fato.
E eu, embora em nada melhor
que o comum dos homens, sou capaz de compreender.

Um profeta rogou ao Criador
que lhe mostrasse as coisas
como elas realmente são.

E a maioria de nós
faz da própria imagem a idéia de si mesmo:
quero mais que a idéia de mim mesmo.

Como pode haver verdade numa idéia,
numa bolha que se desfaz,
ou no efêmero edifício?

Tudo há de ruir, como tudo que passa.

O que permanece é a verdade.

Um comentário:

Helena disse...

"Mergulhar fundo na tarefa de conhecer a si mesmo é um processo doloroso, que poucos estão dispostos a encarar. Somente quando a insatisfação atinge níveis insuportáveis é que somos impelidos a sair de nossa zona de conforto e ir em busca de nossa verdade.

Ainda que a jornada seja cheia de sustos e retrocessos, sempre valerá a pena empreendê-la, pois os ganhos certamente superarão toda a luta. No final, descobrimos surpresos que aquilo pelo qual ansiávamos já estava ali, bem ao nosso alcance. Entretanto, gastamos um tempo precioso nos escondendo de nossa própria interioridade.

Adentrar nossos porões e encarar as sombras que ali habitam, por mais medo que nos cause, é o único meio de podermos, finalmente, deixar florescer a luz, e viver de modo pleno a verdadeira realidade de nosso ser."
Elisabeth Cavalcante

...seu poema me lembrou!Beijos